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terça-feira, 26 de junho de 2007

Delegação encontra-se com "Batalha Operária" ainda hoje

Estamos agora no Panamá, na escala que a delegação faz em direção ao Haiti. A conexão de Internet sem-fio liberada no aeroporto de Tocumen facilita o nosso trabalho. Os 20 membros da delegação enfrentarão pouco mais de duras horas de vôo para chegar a Porto Príncipe, capital haitiana.

Ao chegarmos ao nosso destino, deveremos ser recebidos pela organização Batay Ouvriye (Batalha Operária).

Ainda hoje, às 16 horas do horário haitiano, teremos um encontro com os membros dessa entidade, que devem contextualizar um pouco a situação do país.

Esperamos que o nosso próximo post já seja no Haiti.

4 comentários:

Anônimo disse...

- Eita negro!
quem foi que disse
que a gente não é gente?
quem foi esse demente,
se tem olhos não vê...

- Que foi que fizeste mano
pra tanto falar assim?
- Plantei os canaviais do nordeste

- E tu, mano, o que fizeste?
Eu plantei algodão
nos campos do sul
pros homens de sangue azul
que pagavam o meu trabalho
com surra de cipó-pau.

- Basta, mano,
pra eu não chorar,
E tu, Ana,
Conta-me tua vida,
Na senzala, no terreiro

- Eu...
cantei embolada,
pra sinhá dormir,
fiz tranças nela,
pra sinhá sair,

Linda Negra

Naquela noite
ficou o teu olhar branco
vagando no escuro
entre ternura e medo
teus olhos grandes
dançavam como loucos
na música do silêncio

Eu era animal e poeta
a procurar em ti
o que perdi em outra

Linda negra.

Solano Trindade, "Cantares ao Meu Povo"
Fonte: O Negro Escrito, de Oswaldo de CamargoSua "carreira" como militante inicia-se, de fato, a partir de 1930, quando começa a compor poemas afro-brasileiros e, já integrado nesta corrente, participa em 1934 do I e II Congresso Afro-Brasileiro, no Recife e Salvador. Em 1936 fundou a Frente Negra Pernambucana e o Centro de Cultura Afro-brasileiro, que tinha o objetivo de divulgar os intelectuais e artistas negros.

Em 1940 transfere-se para Belo Horizonte. Depois chega ao Rio Grande do Sul, fixando-se por um tempo em Pelotas, onde funda com o poeta Balduíno de Oliveira um grupo de arte popular. Esta foi sua primeira tentativa de criar um teatro do povo, o que não se concretizou devido à enchente de 1941, que carregou todo o material. Voltou então para Recife, indo logo depois para o Rio, onde no "Café Vermelhinho", detém-se a discutir e a conversar com jovens poetas e intelectuais, artistas de teatro, políticos e jornalistas. Ali fez sucesso.

Em 1944, edita o livro "Poemas de uma vida simples", onde se encontra o seu declamadíssimo "Trem sujo da Leopoldina". Em 1945 funda o Comitê Democrático Afro-brasileirom, com Raimundo Souza Dantas, Aladir Custódio e Corsino de Brito.

Em 1954 está em São Paulo, criando na cidade de Embu, um pólo de cultura e tradições afro-americanas. Em São Paulo também funda o Teatro Popular Brasileiro – TPB, onde desenvolveu uma intensa atividade cultural voltada para o folclore e para a denúncia do racismo. Em 1955 viaja para a Europa, com o TPB, onde dá espetáculos de canto e dança. Em 1958 edita "Seis tempos de poesia"; em 1961, "Cantares ao meu povo" (com uma reunião de poemas anteriores).

Solano Trindade faleceu no Rio de janeiro, em 19 de fevereiro de 1974. Sua obra, não! Continuará eternamente viva, como que escrita com brasas na pele escura de todo afrodescendente, mesmo que não queira, mesmo que não saiba...
tomando cachaça,
servi de amor,
dancei no terreiro,
pra sinhozinho,
apanhei surras grandes,
sem mal eu fazer.

Eita! quanta coisa
tu tens pra contar...
não conta mais nada,
pra eu não chorar -

E tu, Manoel,
que andaste a fazer
- Eu sempre fui malandro
Ó tia Maria,
gostava de terreiro,
como ninguém,
subi para o morro,
fiz sambas bonitos,
conquistei as mulatas
bonitas de lá...

Eita negro!
- Quem foi que disse
que a gente não é gente?
Quem foi esse demente,
se tem olhos não vê.

Conversa Solano Trindade, "Cantares ao Meu povo"

Anônimo disse...

Saudações aos camaradas da delegação e que levem a nossa solidariedade aos trabalhadores haitianos e que a nossas lutas se tornem uma unica luta Fora as tropas do Haiti!
rogerio( de são bernardo do campo-sp)

Anônimo disse...

Olá aos camaradas da Caravana e aos responsáveis pelo Blog!

Primeiro, quero pedir aos camaradas da delegação que levem nossa solidariedade ao povo hatiano, em especial aos camaradas do Batalha Operária.

Segundo, parabéns a turma do Blog. Acho que conseguiremos acompanhar de perto a viagem se vcs continuarem assim, acabaram de embarcar e já temos notícias!

Tatianny Araújo - Rio de Janeiro

Anônimo disse...

E aí moçada, toda a força...estamos juntos, torcendo; levem de cá um monte de solidariedade internacionalista aos irmão do Haiti...o Haiti é também aqui, como disse o poeta.
Parabéns à CONLUTAS pela iniiativa, e também ao pessoal que organiza o blog, vamos divulgar bastante essa atividade.
Fora as tropas de Lula e de Bush do Haiti!!