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quarta-feira, 27 de junho de 2007

Primeiras impressões do Haiti

É claro que se pode aprofundar-se muito sobre o Haiti nas leituras de relatórios, livros e documentos, mas a experiência de ter o contato pessoal com um povo tão lutador num país tão cheio de contradições é muito singular.

Andando pelas ruas da capital temos a visão de uma multidão de pessoas procurando maneiras para enfrentar a pobreza e o profundo quadro de desemprego. Quase tudo está à venda nas mãos dos ambulantes. É chocante ver tantas crianças disputando um espaço para vender balas e doces nos semáforos. Pode até ser algo que vemos em São Paulo, mas aqui o número dos pequenos é muito maior.

O trânsito nas ruas de Porto Príncipe é “bem agitado”, se assim poderíamos dizer. Os motoristas insistem no toque irritante da buzina para quase qualquer gafe ao volante. Nas praças e nas ruas, o número de negros e negras, maioria absoluta da população, é enorme. É como se nas ruas estivesse passando, no carro do corpo de bombeiros, a seleção haitiana campeã da Copa do Mundo.

No trajeto aos locais de hospedagem da delegação, vemos um sem número de casas amontoadas morro acima. Ao anoitecer reparamos que nenhuma daquelas moradias tinha luz. Entendemos melhor a situação quando vimos que em nossos aposentos os geradores é que proporcionavam a iluminação necessária para as atividades noturnas.

Enquanto nós fazíamos artigos ou tratávamos fotos no Photoshop, do lado de fora o povo de Porto Príncipe, sem luz nas suas casas, saía às ruas, com velas acessas, num clima de bastante alegria. Sem dúvida, é um povo que merece muito a nossa admiração.

(fotos: Wladimir de Souza)

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