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terça-feira, 26 de junho de 2007

Delegação encontra-se com "Batalha Operária" ainda hoje

Estamos agora no Panamá, na escala que a delegação faz em direção ao Haiti. A conexão de Internet sem-fio liberada no aeroporto de Tocumen facilita o nosso trabalho. Os 20 membros da delegação enfrentarão pouco mais de duras horas de vôo para chegar a Porto Príncipe, capital haitiana.

Ao chegarmos ao nosso destino, deveremos ser recebidos pela organização Batay Ouvriye (Batalha Operária).

Ainda hoje, às 16 horas do horário haitiano, teremos um encontro com os membros dessa entidade, que devem contextualizar um pouco a situação do país.

Esperamos que o nosso próximo post já seja no Haiti.

Delegação segue para o Haiti

Daqui a poucas horas a delegação da Conlutas e de outras entidades embarca rumo ao Haiti, numa expedição que durará uma semana. A expectativa de todos é grande para o destino do vôo 0758, da companhia Copa Airlines.

O objetivo da missão é o de conhecer a realidade do povo mais pobre das Américas e denunciar a ocupação militar (sob o comando do Brasil) e suas conseqüências.

A delegação é composta por 20 pessoas - entre sindicalistas, representantes dos movimentos estudantil e popular, aposentados e jornalistas. Cada qual carrega, além das bagagens, suas expectativas peculiares.

“Estou nervosa, à espera de ver a situação do Haiti. Acho uma experiência muito importante. Tenho tido contato com a realidade deste país desde o ano passado, quando realizei trabalhos para a universidade”, disse a estudante Sabrina Luz, de 26 anos, que é do diretório acadêmico da UFF (Universidade Federal Fluminense), do Rio de Janeiro.

“Fiz uma verdadeira campanha para poder participar dessa viagem. Recolhi contribuições de colegas e de professores. As doações começaram a partir de R$ 1”, revelou.

Alealdo Hilário, dirigente do Sindicato dos Petroleiros de Sergipe e Alagoas, tem a expectativa de trazer dessa viagem a experiência de conhecer de perto o que está por trás da ocupação das tropas brasileiras no Haiti. “Vamos nos aprofundar e detectar o projeto dessas forças que oprimem o povo haitiano”, afirmou.

Diretor da Admap (Associação Democrática dos Metalúrgicos Aposentados e Pensionistas) de São José dos Campos (SP), José Nunes, de 61 anos, também compõe a delegação.

“Espero encontrar um povo num estado de penúria. Queremos denunciar essa situação e exigir a saída das tropas que ocupam o país mais pobre das Américas”, comentou Nunes.

A delegação conta com um representante da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Aderson Bussinger, 44 anos, foi designado representante da entidade em seu conselho federal.

“Nossa expectativa é a de levar a solidariedade dos trabalhadores brasileiros ao povo haitiano, vitimado pela ocupação militar e pela extrema pobreza”, resumiu o advogado.

Fora tropas do Haiti!
Um dos coordenadores da delegação, Antonio Donizete Ferreira, o Toninho, comandou uma conversa com os componentes da viagem na sede da Conlutas, no Centro de São Paulo, antes da saída ao aeroporto de Guarulhos.

Ele ressaltou que a delegação tinha um objetivo claro, que é o de dizer em “alto e bom som” que aquela ocupação militar deve acabar e que o Brasil deve deixar o Haiti.

“Essa ocupação militar tem interesses claros do imperialismo, que se utiliza da miséria daquele povo para lucrar ainda mais. Um exemplo claro é a política de implantação de zonas francas, nas quais as chamadas “maquiladoras” (empresas multinacionais que não garantem direitos aos trabalhadores) se aproveitam da mão-de-obra extremamente pobre”, discursou Toninho.

(foto: Wladmir de Souza)